De volta a Vichy

Como eu já estou com uma semana de atraso, vou tentar ser bem breve. Eu e meu pai saímos umas 8 e pouco da gare Saint Charles; tomamos um TGV para Lyon Part-Dieu, onde pegaríamos uma correspondência para Vichy. A viagem correu tranquila – não me esqueci da carte 12-25, dessa vez! Oram chegamos na gare com cinco minutos de atraso, tínhamos talvez dez para chegar ao trem certo. Chegando no saguão, corre, a tela mostra… annulé… mas…

Fomos ao accueil, a mulher nos deu a opção de ir num outro trem ou ir para uma outra cidade de trem e pegar um ônibus… preferimos o trem; era mais tarde, mas era mais certo. Comemos lá, no chão da gare, e esperamos o horário do trem. Sentamos num dos últimos vagões (os lugares não eram marcados), e uma senhora começou a conversar comigo. Super sympa, ela e a do lado dela, e essa segunda era de Vichy, ainda mais!

Chegando na gare de Vichy, o M. Piombini nos aguardava. Fizemos um pequeno tour em Vichy, depois voltamos para a gare, resolver umas coisinhas, depois fomos ao hotel onde iríamos ficar. Como fosse caro – ele tinha dito um preço ao M. Piombini por telefone e outro quando chegamos – os Piombini nos oferenceram sua casa. Eles nos deixaram no Quatre Chemins (o ‘shopping) para andarmos um pouuinho a pé. Entramos no Quare Chemins, meu pai aproveitou para comprar duas camisas, depois fomos ao Hall des Sources, para a Missa na igreja de Saint Louis e ao Palais des Congrès-Opéra. Depois, chez le Piombini. Foi tão legal rever o Xù!

O jantar foi ótimo. Não lembro bem o prato, mas a entrada foi a salada com tempero de alho que eu AMO! É a única salada que eu como por prazer! Conversamos muito, depois fomos dormir.

Acordamos cedo, no dia seguinte. Íamos a Clermont-Ferrand, que era o objetivo dessa viagem: tentar fazer a consulta médica do Ofício de Imigração. Pegamos o trem, fomos. Fomos ao lugar que tinha na carta que eu recebera, era lá mesmo, mas não ia dar para fazer a consulta médica e a radiografia naquele dia – se eu fosse passar uma semana, ainda, tud bem…

Me mandaram para o OFII (Office Français de l’Immigration et de l’Intégration), onde disseram que eu tinha que resolver isso em Marseille. Bem…

Para não perder a viagem, fizemos turismo em Clarmont-Ferrand. Visitamos a Place de Jaude, a estátua de Vercingetorix, a mesma fonte da outra vez – e a catedral, tivemos muito mis tempo para visitá-la, compramos postais e guias de visita, e eu ainda subi na torre – não eram as torres de frente, infelizmente, mas uma no meio, bem alta! Dava para ver a cidade toda, dali, e arredores – só não dava para ver o pai, que estava tomando um café num café perto da catedral, e a própria cateral se impedia de vê-lo. Vimos também a Basílica de Notre Dame du Port – é tão bom fazer turismo por conta própria! Mas se eu nãotivesse feito a visita antes, não teria sido a mesma coisa…

Comemos truffade – é uma especialidade do Auvergne, uma espécie de purê de batatas com queijo, acompanhando salada e charcuterie, como presunto e salame. Muito bom!

Andamos só mais um pouco, depois fomos para a gare. Continuei o que eu já viera fazendo em todos os trechos de trem: escrever no blog (foi por isso que eu consegui postar os quatro últimos posts tão rápido!).

O trem chegou, subimos, tudo ia normal até uma parada estranha. Pelo que eu entendi, era um problema com a rede elétrica. Quando voltamos ao movimento, passamo tanto tempo andando tão lentamente que eu pensei “vamos prder a conexão”. Dito e feito: o trem chegou com 25 min de atraso. As passagens estavam sendo trocada, para quem ia fazer conexão; para Marseille, tinha um trem bempouco depois da hora em que chegáramos. Era tõ legal ver um bilhete de trem 0 €, e ainda primeira classe! Para mim, a maior diferença era que as poltronas eram meis largas, e acho que o espaço para as pernas também.

Quando chegamos, não tinha mais ônibus do metrô para casa: andamos. A noite ainda estava caindo, o que foi bom, porque pudemos vir com menos medo.

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Vichy à vélo

Nem acredito que minha última postagem foi Clermont… já fui a três excursões depuis cela, mas ainda não escrevi… vocês me perdoam se eu deixar pra falar depois? É que eu fiquei tão animado hoje!

Já que eu acordei 10h50, não tinha nem perigo de tomar o café e ir à Missa de 11h15 na Saint Blaise -apesar de minha intenção original ter sido ir à de 10h na capela das franciscans (rito de São Pio V)… e como hoje é domingo, o último ônibus passa na minha parada da volta às 18h56, o que não me deixaria ir à Missa de 18h e voltar de ônibus. Então, fiz uma coisa que há tempos eu queria: pedi ao M. Piombini a bicicleta dele (a outra, sem ser a que o Xù costuma usar) (já disse que Xù é o chinês que mora aqui?).

Saí umas 11h30, chovia de leve. Be mleve. Peguei minha jaqueta jeans, bastava. Aqui tem bastantes ciclovias, mas não em todas as ruas – então, eu tive que andar pela rua ou pela calçada, em algumas ruas. Mas foi muito legal: nem me lembrava que fazia pelo menos cinco anos que eu não sentia aquela sensação de pedalar, sentiro vento no rosto, sentir que o que eu fizer a bicicleta vai seguir (que nem o carro… ¬¬”); eu moro no extremo norte de Vichy, e o Cavilam é no extremo sul, o que faz 45 minutos a pé, mas nem 15 min de bicicleta! Acho que ainda faria menos se eu não tivesse descido da icicleta tantas vezes. Como na avenida Clémenceau, onde a calçada é de cerâmica e estava molhada e cheia de gente, e como a rua é estreita… (mas é uma das ruas mais importantes de Vichy, sem dúvida). Cheguei ao Cavilam, mas era meio que pra conhecer o tempo. Então, fui passear. Fui a Bellerive (uma cidade perto de Vichy), andei um pouquinho, depois voltei a Vichy, andei pelos parques feitos a mando de Napoleão III; fui até a gare (estação de trem), cheguei próximo do hospital (eu só havia passado por lá uma vez, perdido buscando a gare…),voltei, por algum motivo, voltei a Bellerive, e lá eu encontrei um chinês que faz atelier de teatro comigo, o Yisu. Ele estava indo a Vichy, comprar alguma coisa para comer. Fui acompanhá-lo.

Deixamos as bicicletas no Cavilam e fomos ao Monoprix (supermercado francês; aqui tem um na av. Clémenceau). No caminho, eu havia dito pra ele que eu estava pensando em variar, tinha até proposto ao meu irmão chinês de ir  um restaurante chinês, mas nunca dava certo (sei lá, depois de estar aqui, é estranho dizer “convidar” quando eu não tenho a mínima intenção de pagar por ele…). Bem, depois de olhar no supermercado sem aquela cara de “ah!, é isso que eu quero realmente almoçar”, ele preferiu ir a um restaurante chinês que tem na rue de Paris. Eu queria ir com um chinês justa,emte porque eu não tenho nem ideia do que pedir! Cfomemos um frango com castanha, legumes (cujo nome eu não sei), eu pedi uns camarões e – é claro! – arrroz.

Comemos com pauzinhos, foi tão legal!, nunca tinha comido outra coisa que não fosse sushi, com pauzinhos. É engraçado comer arroz, assim! E eu gostei muito – sei lá, não era alo de tão estrambólico, era até normal… até os legumes eram bons. Conversamos um pouco, mormente falando sobre nossoss próprios países – conversa típica do Cavilam. Mas é legal; a China parece mais com o Brasil do que parece. Tipo, ninguém dá a mínima pra faixa de pedestres, e, principalmente no interior, nem pras leis, como a do controle de natalidade. Bem, meu conceito de Brasil se aplica bem a Fortaleza, não sei o resto.

Depois, eu o acompanhei de volta à casa dele, em Bellerive. Ele me apresentou um pouco da casa, principalmente o jardim – tem até uma pequena fonte, estilo japonês, com algumas carpas. E uma piscina, e um lugar coberto quase à beira da piscina, onde eles comem quando faz tempo bom.Depois, fui-me – mas ele teve de me mostrar com chegar na rotatória perto da ponte, de novo. Eh bien, depois, fui passear mais ainda – afinal, ainda não eram nem duas horas, a a Missa era às 18h! Fui ao norte de Vichy (no caminho, quase caí na calçada molhaa de cerâmica da Clémeceau!), acho que cheguei a Cusset, quando passei por uma rua, lá; cheguei à segunda ponte (que não é longe da minha casa), atravessei, passei em frente ao lugar onde fizemos rafting. Depois fui tudo ao sul, passei pelo hipódromo, pelo campo de golfe, e, acreditem!, é bem grande, tudo. Cheguei até à primeira ponte, entre Bellerive e Vichy, do lado Bellerive. Parei um pouquinho assim que passei por baixo da ponte.

Nunca tinha sentido a água do Allier (o rio que passa por aqui, e que dá o nome ao departemento onde se localiza Vichy: Allier, na região do Auvergne). Não é mais quente nem mais fria que a de outros rios. Sim, apesar de ser a Frença, cada vez mais eu descubro que MUITAS coias não são tão diferentes assim do Brasil… (imagino que para maioria dos estrangeiros, dizer “não são tão” é quase um trava-língua). E tinha até um lugarzinho com algumas plantas aquáticas e algumas garrafas… não, a França não é perfeita, longe disso. Tant mieux.

Bem, voltei a Vichy (no caminho, vi um grupo jogando pétanque!) e andei por um trechinho que eu não conhecia e descobri a Source de l’Hôpital. Pena que tinha uma exposição, lá dentro, por 3€. Acho que eu passo… mas depois fui pro Hall des Sources, só pra provar pela 789¹²³ ª vez das águas das fontes. Só tomo cuidado para não provar todas de uma vez, mas eu sei que já provei de todas pelo menos uma vez (a minha¹…  nunca mais! Mesmo assim, devo ter bebido umas três vezes…). Depois, deixei a bicicleta ao lado da igreja de Saint Louis e comprei um tiramisu (não, não é francês, mas vendia numa viennoiserie que tinha por ali, então, por que não…? – ele dizem muito “pourquoi pas?”, aqui). E comi, é claro.

Fui rezar, depois foi a Missa – véspera da Assunção, já. Sem ter combinado nada, sentei num banco que tinha brasileiros na outra ponta! Foi tão legal a sensação de desejar “Paz de Cristo” em português! E não tem nada como receber Jesus… ah!, pobres os que não acreditam, não sabem o bem que perdem… sim, muito pobres mesmo…

Saindo da igreja, deu para perceber que chovera – tudo estava mais molhado e a sela também. Coloquei a jaqueta e parti. Na metade do caminh, começou a chover, e foi ficando forte! Eu tava correndo rápido, para ver se pegava menos tempo de chuva, e – assim que eu saí da avenue Thermale, a chuva passou. Estranho…

Entrei, comecei a escrever este post, jantei, assisti a um filme de comédia de Coluche (“Inspecteur la bravure”). Gostei, mas eles podiam falar um pouquinho menos rápido…

E foi isso. Só lamento não ter podido tirar nenhuma foto…

¹ Pra quem não viu, minha sourrce = source de Lucas, que tem gosto muito forte, gosto de enxofre…

Clermont-Ferrand

O tempo passa cada vez mais rápido, aqui, No começo, é incrível como dava tempo de ir às aulas, à Missa, às excursões, digitar e dormir. Hoje, o tempo mal basta para as aulas! Mas desde que eu mudei para o atelier de teatro, tem menos redação para fazer – o de preparação aos estudos universitários estava me matando com os exposés e resumés todos os dias! Sem contar que, no mesmo período tinha exposés e resumés na aula da manhã! Mas agora tem sido tranquilo.

O teatro é muito divertido. Acredito que eu vou aprender vocabulário, melhorar a expressão oral e corrigir o sotaque. E ainda me divertir! Essa semana teve atividades de criatividade, de interpretação de pronúncia, e improvisação… e ela disse que o sotaque fica menos perceptível quando a gente fala um texto com a entonação. Que bom, porque todo mundo percebe o  sotaque cantado.

Mas enfim, quarta-feira, fomos a Clermont-Ferrand. Foi bom porque não havia muitos brasileiros – não falei com eles, pelo menos (aquele estilo de gente que fala direto de mulher e bebida). Clermont é um pouco longe de Vichy. É a capital da região do Auvergne, mas fica no departamento do Puy-de-Dômes (Vichy fica no Allier). Mais ou menos uma hora e meia depois de viagem, chegamos à cidade. Sim, é bem grande! O nome “Clermont” vem de “clair mont”: monte claro. Apesar disso, é conhecido como a Cidade Negra (sem trocadilhos com grupos brasileiros), por causa das construções em uma pedbasáltica, chamada “peda de Volvic”, que tem cor escura. Passamos mais ou menos perto da sede da Michelin, mas não vi nenhum bonequinho da Iara bebê (quem entender, entenda).

Assim que descemos, os formaram-se dois grupos: um que iria ter mais tempo de visita histórica e menos tempo livre, e outro com menos história e mais compras. Sinceramente, me choca saber que as pessoas compram uma excursão para fazer compras; tudo bem que lá dev ter coisas que não existem em Vichy, mas… para mim, não vale a pena. O que se vê de história numa excursão dessas, não há dinheiro que compre.

Começamos pela basílica de Notre Dame du Port (Nossa Senhora do Porto); era muito linda, com toda um arquitetura em estilo românico, com características típicas do Auvergne, como o estilo de mosaicos por fora. Aparntemente, a primeira igreja teria sido construída no século VI, mas fora totalmente reconstruída no século XII, além de outras obrasmaisrecentes, como a torre do sino do século XIX (a original havia sido destruída na Revolução Francesa – que novidade…). Mas não era feita de Valvic, mas de arcosa, um tipo de pedra meio amarela. Por dentro, a igreja era toda amarela. Isso a tornava bem clara, mas era uma reprodução da pintura do século XIX; o original, do século XVI, acho, era uma pintura bem decorativa, como era possível ver nos altares laterais.

Saindo da basílica, andamos um pouco. O animateur nos pediu para esperarmos um pouco, enquanto ele ia “bem ali”. Ao voltar, disse para nos apressarmos, que ele tinha conseguido um privilégio: iríamos entrar na catedral de Clarmont-Ferrand! Ela fecha às 18h, eram 18h em ponto, e ele havia conseguido, com o vigia da igreja, que a gente entrasse. Foi rápido. Mas deu para a gente ver que era linda. Sim, perfeitamente linda, totalmente gótica, por dentro… Céus, como eu posso descrever? Estonteantemente deslumbrante… escura, era uma catedral negra, absolutamente gótica, absolutamente celeste. Ao que me parece, fora construída em três séculos diferentes. As velas, dezenas delas no altar de Nossa Senhora, não as velas dentro de vidro que têm em todos os cantos, mas daquelas bem compridas. Muitas. Muito rápido. Parfait.

Saindo, fomos a uma fonte também construída com a mesma pedra. Muito linda. Não me lembro mais da história associada à fonte – mas lembro que havia mais de 30 fontes em Clermonte-Ferrand.

Depois visitamos a catedral por fora, não vimos muita coisa nova. Descemos a rua da catedral e andamos um pouco até a Place de Jaude. Lá, havia uma estátua de Vercigentorix, o heroi gaulês que teria vencido o exército de Júlio César pela primeira vez, sendo o único povo capaz de resistir à dominação romana por muito tempo. Alguma dúvida da origem do Asterix?

Nem falei: os três “herois” de Clermon-Ferrand são Vicigentorix, Blaise Pascal (físico, matemátco e filósofo do século XVII, que era da cidade), e o papa Urbano IV (que era de região também e que organizou a primeira Cruzada partindo de Clermont!).

A visita guiada estava acabada; havia ainda uma hora para retornar: uma hora livre. Voltei à catedral,  voltei à fonte, da fonte eu vi uma torre bonita; desci num elevador (porque a fonte era num nível elevado em relação à rua, embora fosse no nível da  rua do outro lado), cheguei a sair do mapa do centro da cidade que nos haviam dado, mas cheguei numa igreja. Fehada. Mas era bonita, de qualquer forma. Voltei à praça onde seria o reecontro e ainda fui numaloja Monoprix, só pra passar o tempo. Quando todo mundo já tinha voltado, esperamos bastante, depois tivemos que andar um bocado para chegar ao ônibus. Subimos.

Voltei no caminho escrevendo sobre a Eurodisney – só por isso foi que eu consegui publicá-lo na quarta, senão… mesma coisa: escrevi este post no caminho da volta de Puy-en-Velay.  E ainda tem o château de  Busset…

Fotos: nenhuma minha.

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Eurodisney

Vontade de começar logo a falar do que já aconteceu depois, mas preciso falar de uma coisa muito importante, hoje: Eurodisney!

Foi domingo. O M. Piombini teve que acordar às 4h15 da manhã, como eu… amo muito ele, está sempre à disposição! Tomei café da manhã, depois fomos à Place de la Victoire. Eram 5h em ponto – cheguei ao primeiro ônibus, tava cheio. Tive um pressentimento que todos os brasileiros iam ali. Alguma dúvida? Fui para o terceiro (não sei por que não escolhi o segundo…). Mas era bom ir sem brasileiros, ia dar pra dormir…

No ônibus, sentei no primeiro lugar. Tá bom de nomear as pessoas: atrás de mim ia a Haiqing (pronuncia-se Haitchim), a chinesa da Natália (a única garota brasileira que chegou aqui comigo); ao lado dela, uma chinesa que anda sempre com ela, mas cujo nome eu não lembro mais. Atrás delas, a Banu, a cazaque (ver festival de Gannat). Pouco depois, sentou-se ao meu lado um japonês (não que eu tenha percebido que era japonês e não chinês ou coreano ou vietnamita…). Quando o ônibus entrou em movimento, começamos a conversar. Ele ia pra École Centrale de Marseille, também! O nome dele era Yuzuru, e ele estudava francês havia só três meses! Realmente, não era fácil de entender o que ele queria dizer, mas para alguém que estudava havia três meses uma língua completamente diferente…

Falamos alguma coisa sobre a escrita do japonês e eu mostrei algumas coisas que eu sabia de japonês. Riscamos algumas páginas do bloco de notas que eu havia comprado na véspera. Não consegui dormir de jeito nenhum…

No meio do caminho, uma parada para comprar alguma coisa. Era tudo tão caro… comprei três sanduíches seminaturais (acho que era um pão que eu não conhecia, queijo, presunto e uma folhinha desprezível de alface), mas não comi ali – ia ser meu almoço jantar.

Tentei dormir ainda, mas depois que o sol nasce, me é muito difícil – mesmo com uma máscara de dormir de panda que a chinesa amiga da Haiqing me emprestou!

Chegamos à Eurodisney. Adorei as esteiras rolantes que ajudavam a se deslocar entre o estacionamento e a entrada. Entrando, um problema com os bilhetes: os animateurs pensavam que era num canto, mas era em outro, enfim, ficamos bastante tempo parados na frente da entrada. Nisso, a Rosangela me ligou duas vezes…

Havíamos combinado de nos encontrarmos na Eurodisney, mas ela estava sem celular – me ligou de pessoas aleatórias, que ela pedia o celular pelo parque. Depois que entramos (e eu almocei dois sanduíches antes disso), ainda foi difícil de encontrá-la. Mas deu certo.

Atravessamos o parque, de sul a norte (ou qualquer que seja a direção), e fomos para o labirinto da Alice. Muito divertido, adorei os jatos d’água saltando por cima das nossas cabeças, corri ao redor do dodô, passamos pelas portinhas, posamos de soldados-carta… foi engraçado, o menino que ia posar para foto e teve medo da fala que começou de repente (mais engraçado ainda é que ele falava espanhol – criança hispanófona com medo é MUITO engraçado!!!). Subimos no castelo da Rainha de Copas e saímos do labirinto.

Fomos num que era bem infantilzinho – um passeio pelas culturas do mundo, mas, segundo a Rosangela, era psicodélico! Bonecos bem coloridos, com uma musiquinha enjoenta ao fundo – a qualquer momento, a música ia se tornar um som de suspense, os bonecos iam mostrar suas facas e matar todo mundo. Mentira, nem morri. Mas ia ser preciso um outro brinquedo para ajudar a se recompor – tipo a montanha-russa do Indiana Jones.

Era atravessando o parque de leste a oeste. No meio do caminho, passamos pelos Piratas do Caribe. Para não deixar passar a oportunidade, entramos numa caverna – sinistra, vários pontos era impossível ver as próprias mãos! Saímos, e vimos que havia um navio. Tentamos arrodear, ver se conseguíamos entrar – e já havíamos passado por aquele caminho ou não? Mas tiramos umas fotos nos canhões. Chegamos na mesma caverna, mas pegamos uma outra entrada.  Saímos num navio (que bom). Foto olhando pela luneta, certeza! E uma ponte que tremia muito, quando a gente pisava! No final, havia uma casa estilo casa na árvore, e a Rosangela disse que era do Indiana Jones! Uma pessoa sabe-se-lá-de-onde começou a rir!

Descendo, passamos pelo ventre da terra. Fotos com cara de prisão de ventre, na entrada. Era um caverna cheia de raízes – como uma árvore gigante que houvesse aberto uma caverna! Saímos e quem sabia onde era? Um restaurante Hakuna Matata, de longe eu vi Agrabah (a cidade do Aladin). Ou andar ao redor do lago, ou passar pelo ventre da terra de novo – com possibilidade de sair em um lugar ainda mais desconhecido.

Em Agrabah, não lembro por que motivo, a Rosangela me mostrou seu bilhete. Dava direito a entrada nos dois parques e valia até o meio de setembro, mais ou menos. Ela disse que ia me dar, depois: dava até pra ir com o pai! Vimos a história do Aladin, nm me lembrava mais quais eram os desejos dele (mas o Jafar transformado em serpente me trazia muitas lembranças a última fase de Aladdin no Super Nintendo…).

Continuando, era preciso ir direto, mas havia um caminho pela esquerda que dava na cidade do velho oeste. Pra mim, a gente foi direto, mas acabamos no velho oeste… tant mieux: fomos na casa fantasma, perfeita! Não dava muito medo, exceto no comecinho, quando a parede ia subindo, e os raios e… enfim, depois era sentado numas cadeiras, e muitos vidros com projeções de fantasmas (os dançarinos que apareciam e desapareciam.. prefeito!), e muitas, muitas noivas! Numa parte lá, esqueleto e zumbis numa cidade abandonada faziam a festa! No final, de frente a um espelho, com uma caveira por cima – no reflfexo, que em cima, de verdade, nada… esqueci de dizer: antes, na fila, vimos o Janaílson, na nossa frente… e a Rosangela, indo se exibir, falou do bilhete que dava direito aos dois parques – e onde ele estava? Até hoje, nem notícia.

Depois, fomos finalmente para a montanha-russa do Indiana. Vinte e cinco minutos de espera, mas o letreiro lá fora anunciava 40 – nada mal! Achei bom que nós fomos no primeiro carrinho! E foi fantástico, deu pra gritar muito até ter medo de ficar rouco (e ficar calado o resto do caminho).

Depois, fomos andar. Chegamos ao castelo da Bela Adormecida, no centro do parque. Fotos, claro. Havia uma lojinha de natal, quase que eu compro uma torre Eiffel sendo decorada pelo Mickey e pela Minnie para o natal! Na verdade, só não comprei porque eu resolvi deixar para comprar depois e me esqueci. Embaixo do castelo, uma caverna com um dragão. De verdade, claro.

A um lado, um show tipo Hi-5, gente em roupas coloridas dançando músicas estilo High School Music junto com os personagens Disney. Sinceramente, Donald, esperava mais de você… passando por esse lugar, chegamos à lojinha do Buzz Lightyear – onde eu comprei o  único souvenir do parque: um ímã de geladeira. Pelo menos é alguma coisa.

A Space Mountain era ao lado. A fila era demorada, mas valeu a pena. Acho que os 40 minutos do letreiro na hora em que entramos se cumpriram… mais uma vez, fomos no primeiro carrinho. Antes de começar, uma foto de nós dois lá. Colocar os óculos na mochila, para não cair. Era como uma montanha-russa cheia de efeitos – na subida, uma parada brusca e janelas se fechando. Escuridão absoluta na maior parte do caminho. Alguma estrelas e giros e loopings e meteoros e um túnel vermelho aeroespacial e… e acabou. MUITO MASSA! Super! Saindo, a Rosangela comentou do meu cabelo. Na falta de um espelho, resolvi tirar uma foto para ver. E… cadê a câmera? Pegamos os óculos na mochila, a câmera não estava lá…

Voltamos ao brinquedo e perguntamos se  haviam encontrado. Nada. Ele verificava cada carrinho que chegava. Nada. Eu estava meio alterado, mal compreendia o francês. Será que eu havia colocado a câmera no bolso? Mas era estranho que só ela tivesse caído – todo o resto estava lá! Tinha simplesmepnte esquecido e deixado na mão…?

Mas não faz mal, era só uma câmera. A alegria de ter a Deus vale muito mais do que isso.  E isso, ninguém vai me tirar. Até a vida, mas não o Bom Deus.

Queríamos ir no trem do cânion, no velho oeste. No caminho, passamos pela rua principal. Estava tudo sendo preparado para o desfile. Mas era só 19h30! Ainda eram 18h45, acho, dava pra ir no brinquedo. Chegando lá… fechado por problemas técnicos, sem previsão… bem, saímos, né…? Um pouquinho à frente, havia outra entrada – era possível “reservar” um horário para ir num brinquedo e não pegar fila. Pois bem, quando nós estávamos passando, começou a encher de gente essa entrada. “Se o povo tá correndo pra entrar aqui, então…” – corremos desesperadamente até a entrada normal, muita gente também; percorremos o ENORME caminho entre a entrada e a atração (todos os brinquedos têm um bom espaço para filas) e chegamos. Havia dois trens, um à esquerda, outro à direita; o primeiro encheu, fomos os primeiros do segundo trem. Que novidade!

O trem tremia muito. Maior parte do caminho fui não num grito, mas numa voz alta “ô-ô-ô-ô-ô-ô…”, parecia criança falando na frente do ventilador (“Arno-o-o-o-o-o-o-o…”). Esse tremera idêntico a uma montanha-russa, mas sem nenhum looping. Muito divertido! E na saída, ainda um cartaz “Precisa-se de engenheiros”; a Rosângela tinha que bater uma foto.

Saindo, a parada já tinha começado. Mas não havia tempo para ficar olhando… fomos para a saída. Procuramos o balcão de achados e perdidos, mas não haviam encontrado nenhuma câmera Samsung preta… bem, nos despedimos. Era o último dia da Rosangela em Paris, ela quis aproveitar até o último segundo – o que significa que ela ia ficar até 23h, quando há a queima de fogos na Erodisney.

Chegamos no ônibus. A Banu e o alemãozinho que havia passado o dia com ela, Marlin, estavam no nosso lugar, e o Yuzuru, no deles. Como a gente ficava conversando bastante, trocamos de lugar com a Haiqing e a amiga dela. Jogamos algumas partidas de Uno – é muito estranho ver um brasileiro, um japonês, uma cazaque e um alemão que mal fala francês jogando Uno! Mas de pra se entender legal. Quando eu não era o primeiro a ganhar, eu era o último.

Depois, dormi. Uma parada para comer, eu já havia comido meu último sanduíche. Belisquei algumas coisas com dois brasileiros que vão a Marseille. Voltando ao ônibus, demorei muito para dormir, mas consegui. Chegando, quase 2h da manhã, liguei pro M. Piombini. Ele foi me pegar. Dormi até 11h da manhã. E até agora, nada da câmera… Mai c’est pas grave.

Fotos… esse quesito tá meio mal…

Château de La Palice

Como a maior parte dos brasileiros já foi a La Palice, pensei que nenhum iria dessa vez. Bem, um não fora, além de mim. Quando eu entro no ônibus, eu o vejo. Mas ele estava do outro lado do corredor, passei a viagem conversando com um chinês professor de francês. Sério, tem MUITO professr no Cavilam! Principalmente em turmas especiais, mas tem uns em turmas normais – como a minha. E tem MUITO chinês, tambem. E geralmente os chineses ficam muito com outros chineses, grupinhos meio fechados, então é difícil conhecer muitos. Mas da pra diferenciar dos japoneses, geralmente, assim como dá pra reconhecer um brasileiro aqui só de olhar. Nem todos, mas isso fica pro final.

O mais estranho era ver o castelo atrás de um grupo de casas… eu sempre imaginara castelos como lugares meio isolados, pelo menos com um jardim BEM grnde ao redor… o castelo de La Palice nem tanto; tinha um jardim grande que se estendia para a frente mas não para trás – por isso havia casas ao redor.

Passando a entrada, um cheiro de grama recém-cortada reinava no ar. À esquerda, um daqueles cortadores de grama estilo carrinho a aparava. A fachada do caselo era linda, com tijolos aparentes decores diferentes, fazendo um tipo de mosaico. Très joli! A parte mais antiga do castelo era a direita, o resto era mais recente. Os descendentes dos antigos donos ainda moram lá! Também quero morar num castelo… 😦  Antigamente, havia uma muralha que ligava a parte direita à capela, do lado esquerdo, mas fora destruída.

Entrando, a guia explicou que não podia tirar fotos, por opçãoda família, já que muitos bens do castelo estavam sendo roubados… aff… logo, as fotos do interior aqui são todas da internet.

Entramos primeiro num salão muito bonito, no primeiro andar. Num quadro, uma pintura dos primeiros habitantes do castelo, Jacques de Chabannes de La Palice (Chabannes é o sobrenome, La Palice é o nome do domínio), imenso! Poltronas e sofás antigos, tipo século XV (século de chegada da família). Muito lindo!

A seguir, uma sala também muito bonita, acho que era uma espécie de sala de leitura, com várias estantes, é um teto tipo com barras. Um espelho e uma lareira – acho que a chaminé devia ser por dentro, que não dá pra ver nem lá nem na outra sala. Retratos, claro, de pessoas que eu não lembro quem são.

Depois, passamos à outra sala, pela outra porta da primeira sala. O salão dourado. MUITO lindo!!! Sério, o teto era fantástico, sem palavras! Um estilo renascentista, único na Europa! E antes era ainda mais bonito, a um canto perto da porta haviam começado uma restauração, em azul com detalhes e com os encontros das traves folheados a outro! Infelizmente, a maior parte estava na madeira, mesmo, porque durante a Revolução Francesa, por medo dos saques, os habitantes do castelo colocaram um forro falso, para proteger o verdadeiro, e quando tiraram, a umidade havia deteriorado toda a pintura… (sinceramente, as piores coisas que já aconteceram à França foram a Revolução Francesa e a guerra de religiões!). Numa parede, uma grande tapeçaria; no outro, duas tapeçarias, misturando o rosto de um homem e uma mulher com algo estilo uma árvore no outono. Um armário tinha no centro uma porta pequena que abria em pinturas trabalhadas nas portas e um espelho, dentro, com outras portinhas que escondem gavetinhas… très joli! A um canto, um poema que celebra a “Verdade de La Palice”.

A “verdade”, que deu origem ao termo “lapalissade”, era um poema sobre o Marechal de La Palice (neto o primeiro senhor de La Palice) que dizia “Hélas! S’il n’était pas mort/ Il ferait encore envie” (Ai!, não estivesse ele morto, faria ainda inveja). Alguém meio míope confundiu o “f” com um “s” (que, na época, podia ser escrito ‘ ſ). Então, ficou “S’il n’était pas mort/ il serait encore en vie” – Não estivesse ele morto, estaria ainda em vida. Daí, surgiu o termo “lapalissade” – dizer uma coisa que é estupidamente óbvia a partir da frase anterior. E o poema que estava escrito a um canto terminava cada estrofe com uma lapalissada, tipo “quando ele escrevia versos/ não escrevia em prosa”, ou “pra vender a sua casa/ era preciso ter uma”, ou “O dia do seu falecimento/ foi o último de sua vida”. Esse é um dos principais motivos da fama do castelo.

Descemos, fomos ao subsolo, onde havia primeiro uma loja de souvenirs, e, depois dela, uma sala com uma coleção de bandeiras do mundo, que os proprietários haviam reunido em 1968, se bem me lembro. É tanto que havia ainda as bandeiras da URSS e da Alemanha Oriental, por exemplo. E, é claro, a do Brasil! ^.^

Depois da coleção de bandeiras, a guia ficou à disposição na lojinha. Comprei quatro cartões-postais e um ímã de geladeira. Depois, fomos visitar o térreo – que é acima do solo mais ou menos meio andar. O primeiro salão tinha, como sempre, algumas pinturas, vasos, bustos – havia uma mãe com seus dois filhos, mas eu juro que o segundo era uma menina! No quadro e no busto, era idêntico a uma menina! Mas acima do busto havia um retrato dele só, e dava para ver que era um menino. Havia também uma cômoda indiana, numa parede!

Passamos para a sala de jantar. Adorei o barquinho que havia acima de um armário! Havia dois móveis com paineis muito bem pintados, mas não me lembro mais como eram as cenas. Também não me lembro do século da mesa… havia na parede uma réplica do “Casamento da Virgem” – jurava que era o original! XD Atravessando de novo o salão anterior, chegamos num salão com uma grande lareira, muito bonita, que trazia sobre si o escudo da casa de La Palice e outro que eu acho que era o da região, não lembro bem…mais quadros, na paredes – acho que os mais bem emoldurados, até agora, em dourado, meio inclinados para fora… era uma espécie de salão para acolher os visitantes, uma mesinha de centro, cadeiras…

Passando daí, uma pequena sala, mais para um corredor, onde havia um quadro da Crucifixão – o orginial fora vendido para financiar obras de restauração – e um quadro redondo (é muito estranho dizer isso!) do Dia do Juízo – perfeito!!! Depois, uma porta – não podíamos entrar, porque era ali que começava a parte habitada da casa. Apesar disso, a visita não havia terminado ainda.

Fomos à capela. Não era bonita, metade dela estava com andaimes protegidos por uma cortina; os vitrais inexistiam: foram destruídos durante a guerra das religiões; havia um túmulo, se bem me lembro de Jacques I (o primeiro a chegar). Os outros, como o do Merechal Jacques II, do qual não restam senão os joelhos dele e o busto da sua mulher, foram destruídos durante a Revoluçã Francesa (sempre ela…), e os corpos, profanados – tiraram o que ainda restava e jogaram em campo aberto. Que triste!  Dentro da capela podia tirar foto – também, o que é que tinha para roubar aí?

Depois, ficamos livres nos jardins. De uma mureta, dava para ver um bocadinho da cidade. Quando eu escuto, um homem do meu lado conversando com o animateur: “Je suis d’une région appelée Minas Gerais, mais j’habite à São Paulo…”. Quando ele terminou, comecei a conversar com ele. É tão legal falar francês com um brasileiro!

Saindo do castelo, uma igreja très sympa! Entrei, aproveitar o tempo que me restava. Não demorou para o animateur vir chamar a gente – o povo é turista mesmo, não pode ver uma coisa antiga que quer ir, tirar foto… Mais voilá!

Ah, só pra esclarecer: o castelo se chama La Palice, mas a cidade é Lapalisse (muito estranho, mas…)

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Subterrâneos de Cusset

Quarta-feira fomos aos subterrâneos de Cusset. Cusset é uma cidade vizinha de Vichy, com 13 mil e poucos habitantes. Alguns estudantes do Cavilam, inclusive, moram lá.

Apesar de a cidade ser próxima, e ra meio longe da entrada da cidade, o lugar aonde íamos. Chegando lá, nos deparamos com uma cena de museu, com uma maquete de alguma construção e uma maquete da cidade, alguns cartazes, etc. A guia era bem engraçadinha! E sim – aquilo era um museu. Na verdade, era a antiga torre da prisão, e a maquete era de Cusset no século XV. Havia uma muralha ao redor da cidade, com quatro grandes portas e outras construções – entre elas a prisão. A maquete de construção era uma dessas portas. Mas deixa eu começar pela história.

Cusset não era governado por um político. Pelo século XIII, mais ou menos, o líder de Vichy era a madre abadessa da abadia que havia na cidade. Não havia uma organização militar, logo, se houvesse uma guerra, Cusset não tinha com o quê se defender. Assim, a madre recorreu ao rei Filipe, o Belo (Phillipe IV) e conseguiu dele a construção da muralha ao redor da cidade. Durante a Guerra dos Cem Anos, a cidade não foi diretamente atacada pelas tropas inglesas, mas foi saqueada por mercenários, que destruíram parcialmente a muralha. No século XV, a muralha foi reconstruída, a mando de Luís XI. A nova muralha era uma construção moderna, capaz de suportar tiros de canhão e tudo mais; até o fim do século XIX, ela teria sido capaz de resistir a qualquer guerra – se tivese passado por uma: naquela época, Cusset era uma cidade perto da fronteira, e o Auvergne se preparava para uma guerra contra a Bourgogne, foi o que eu entendi. Com a morte do duque de Bourgogne, o conflito cessou (essa foi a parte que eu não entendi muito bem).

A outra maquete era uma das portas, a porta de Doyat. Ela tinha forma de um “A” quadrado, ou de um 8 de calculadora sem o traço inferior. A parte das “perninhas do A” era a passagem para a entrada (cour anglaise), enquando o resto era o “quartel” (cour des soldats). Para passar pela passagem, era preciso que duas portas levadiças fossem abaixada, uma por fora, uma por dentr, porque a cours des anglais não tinha piso, logo, se as duas não estivesem abaixadas, alguém que tntasse passar cairia no fosso. Também era imposível entrar pelo fosso, pois havia guardas nas laterais, inclusive com canhões, para impedir essas entradas. Era impossível também entrar cavando um túnel – as chamadas “minas” – pois a porta contava com contraminas para combatê-las. Tudo isso se localizava no térreo. Ora, alguns séculos mais tarde, no XVII º, o fosso foi aterrado e maior parte da muralha destruída. Restaram intacta a torre da prisão (que hoje abriga o museu), porque era ainda utilizada, e alguns subterrâneos – que eram o térreo, mas foram encobertos com o aterramento do fosso.

Depois das explicações, fomos aos subterrâneos. Andamos um pouquinho pelas ruas de Cusset e descemos as escadas. No caminho, passamos pelo Hôtel Dieu, uma antiga constução termal que sofrera um incêndio, e hoje não resta mais que a entrada. Ao lado, uma igreja – e não tinha como não pensar num trocadilho estilo “Il y a un autel de Dieu à coté de l’Hôtel Dieu” (autel = altar, mesma pronúncia de “hôtel”).

Dentro dos subterrâneos, era escuro e úmido – Cusset é cheia de fontes irregulares, e uma delas havia brotado do nada embaixo do Hôtel Dieu. É tanto que uma parte dos subterrâneos é cheia de água que cai do teto. A constução é bem simétrica, e há meutriers (lugar para os arqueiros ficarem e atiraram por janelas estreita) nas paredes em direção ao centro e cannoneries (para os canhões) pra fora. É escuro, lá. Havia um lugar da contramina, onde ficava um guarda junto a uma bacia d’água; se a água começasse a tremer, era sinal de que estavam cavano uma mina, e ele corria para avisar os outros. Bem engenhoso! Havia também os buracos de ventilação no teto, saída de emergência e uma estratégia suicida: se nada desse certo e os inimigos entrassem na porta, havia um espaço onde provavelmente ficava um canhão, mas era orientado para dentro; acredita-se que numa emergência, os guardas atirariam uma bala de canhão na própria parede, de modoa implodir o prédio, e, com ele, os inimigos.

Depois dos subtrrâneos, o museu. De volta à torre de prisão. São três andares de muse  com itens dos mais diversos tipos  – pedras pre-históricas, armas e armaduras de cavaleiros, utensílios domésticos, pinturas, canhões, livros, estátuas e até as mãos de uma imagem da Virgem Maria do século X, se não me engano. Muito bonito!

Voltamos para Vichy antes de 18h30. Conseguiram convencer a motorista a parar na Gare (estação de trem); eu desci lá, também: meu ônibus também passava lá, e ainda que não passasse, era bem mais perto da minha parada. Consegui pegar o penúltimo ônibus. Quando chegou em casa, o Xù (meu chinês) perguntou se eu não tinha ido para a visita, já que eu tinha chegado antes dele.

Como de costume, voilá as fotos:

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Charroux

Quarta-feira nós fomos a Charroux. Eu sei que estou atrasado, mas pelo menos não tô pulando nada. Charroux é uma das vilas mais bonitas da França – isso não é um elogio, é um título oficial. Para obter, era preciso ser uma cidade antiga, com boa parte das suas construções preservadas, pelo menos dois monumentos tombados patrimônios nacionais, e ter menos de dois mil habitantes – Charroux tem 390!

Começamos o passeio pela igreja. Claro que eu não gostei, afinal, eu detesto igrejas, principalmente as antigas… ^.^ Era bonita, por dentro; era do período de transição entre o estilo românico e o gótico (século XII, acho), apresentando, por exemplo, arcos românicos, mas uma abóboda em estilo gótico. A um canto, havia uma espécie de gruta de Nossa Senhora de Lourdes. As fotos não ficaram tão boas… acho que a câmera detectava escuro e deixava o obturador aberto um pouco mais de tempo, o que fazia as fotos ficarem tremidas.

Antes mesmo de entrar na igreja, já havíamos visto um pedaço da muralha interior da cidade. Infelizmente, a exterior já desapareceu de todo. Depois a igreja, passams para uma das entradas dessa muralha. No caminho, passamos pela casa mais antiga da cidade, não lembro se era do X ou XI século. Era característica da idade média, com o primeiro andar avançado e meio inclinado, dando a impressão que ele está pendendo. Passamos pela frente da passagem que dava na Cave des Dames, mas eu falo disso daqui a pouco, asim como do museu dos relógios.

Chegamos à porta e havia lá a grade levantada; dava para ver os buracos pelos quais se jogava água quente nos inimigos (óleo era caro para uma cidade; era mais usado em castelos…). Um sino avisava a chegada deles. Très joli!

Depois, passamos para o Cour des Dames. É como um corredor que vai dar na Cave des Dames (Cave = adega). É um grande gramado circular, com uma adega chamada Cave des Dames, também; as mulheres costumavam se encontrar ali para conviver e costurar. Também era ali que a cidade se reunião quando era preciso discutir um assunto importante.

A seguir, saímos por outra passagem e chegamos a outra pequena praça, qe tinha um poço. A guia explicou que Charroux tem 300 poços! Vários deles não dá pra ver, porque estão dentro das casas; mas depois nós passamos por algumas casas que tinham poço no jardim, ou que tinham um poço compartilhado (a mureta fazia uma “pausa” para o poço).

Bem, depois nós andamos mais um pouquinho, até o outro portão ainda presrvado do muro interno. Nesse, não havia relógio, mas havia uns buracos para os pombos passarem. Eles importantes naquela época, porque suas fezes eram muito usadas para fazer adubo! Isso porque eles não tinham carros recém-saídos da lavagem…

A seguir, passamos em frente à casa do príncipe de Condé (não sei qual). Também não sei explicar muito bem o que é um príncipe de Condé ou o que ele fazia em Charroux; o que eu sei é que é provável que fose sua amante (a figira da maîtrisse parece ser muito ‘importante’ na nbreza… ¬¬).Fomos para um lugar que era o “mercado de trabalho”: as pessoas se colocavam ali, oferecendo seu serviços aos interessados – é como se houvesse uma praça cheia de encanadores, eletricistas, faxineiras, técnicos, etc… CLARO que não eram essas profissões, mas não lembro mais o que eram.

Logo depois, entramos em um pátio que abriga um dos pontos famosos de Charroux: a loja de sabonetes artesanais. Não lembro se houve explicação ali…

Antes de entrar: durante as caminhadas, entre as paradas, ela ia apresentando algumas menos “monumentos” de Charroux, como a ‘mostardaria’, feita com vinho de Charroux – porque Charroux se situava no antigo cinturão vinícola de Montluçon (ou era Saint-Pourçain? Não tenho certeza). Passamos também por uma loja de velas aromáticas artesanais – localizada na casa mais antiga da cidade. Sem falar do cavalo, estranhamente grande, mas não dá pra ter noção disso na foto: acho que era mais comprido e mais gordo que um cavalo “comum”; ele era utilizado em passeios de charrete pela cidade! Também lojas de geleia e coisas do gênero, bastantes produtos regionais. Agora, entremos na lojade sabonetes.

O lugar era pequeno para tanta gente. Era muito cheirosa! Uma parede curva ( = quase duas paredes) cheia de sabonetes dos mais diversos aromas – os primeiros com nomes de mulheres (Fanny, Agathe…), depois nomes de vegetais (morango, camomila, limão…), depois alguns diversos. Em cestinhas, abaixo desses sabonetes, outros tipos, mais caros (um com brinquedinhos escondidos, um com óleo de alguma coisa, um com esfoliantes naturais…); sabonetes de várias cores e cheiros pendiam do teto. Na outra parede, alguns sabonetes redondos; ao lado, sais de banho, depois perfumes (acho). Abaixo dos perfumes, cestinhas com sabonetes divertidos (formato de coração, de estrela, etc.). Perto do balcão, sabonetes de alfabeto (cubinhos com uma letra em cada um). Comprei um de toranja e um de J pro pai, pra ele se lembrar de mim no banheiro do hotel (e de casa também). É preciso esperar três semanas enquanto os sabonetes secam, antes de usar.

Descendo, fomos andar. Fomos à casa mais aintiga da cidade; havia velas para cheirar numa mesa, e as para vender, nas prateleiras. A mulher foi super gentil e apresentou “aqui vocês podem experimentar o cheiro”, e abriu um de myrtille ( = mirtilo; como eu não sei o que é mirtilo, acho mais fácil chamar de blueberry, em inglês). Pra quê! Cheiramos milhões, mas nada se comparava ao myrtille! Três pessoas compramos (tá aqui no guarda-roupa, perfumando tudo).

Depois, fomos o museu dos relógios. É um cara que é apaixonado por relógios, e ele conserta esses relógios antigos e os coloca em exposição. São três andares cheios de relógios; quando dá uma hora inteira ou meia, boa parte deles toca. Pena que a sincronia não é lá aquela brastemp – deve ser uns cinco minutos de decalagem entre o primeiro e o último. Descobri como é que funcion um relógio de pêndulo! Agora, falta descobrir por que é que a engrenagem gira só para um lado, não volta…

Passamos ainda numa lojade geleias, e experimentamos alguns, mas nada eu não quis com prar nada (coitado do meu dinheirinho…). Passamos numa lanchonete, comemos uns crepes, eu comprei alguns postais e voltamos pro ônibus. Engraçado que eu sentei ao lado deuma senhora, e na frente dela estava a filha e o netinho. Quando eu vejo a senhora falando com a filha – “Brasileira” “Sou, você também?”! Pior que elas chegaram na mesma semana que eu, e eu ainda não as tinha visto! Conversams até voltar.

Bom foi que voltamos antes de 20h30 – deu tempo de ir a uma apresentação de um coral de meninos que houve na igreja de Saint Louis. Muito lindo! E eu ainda fiquei alguns minutos em adoração, a igreja com muita vaga, ainda. Quando saí, tive que ficar num banco atrás do altar! Como eles estavam cantando nos degraus do presbitério, eles ficaram de costas para mim…

Pela metade, quando deu um intervalo, eu quis ir embora; me levantei, caminhei para a porta e encontrei um pessoal da minha sala! Uma das suíças, a japonesa e a burundiense! Ficams até o fim. Lindo! A última foto é deles (todas as fotos ficaram ruins, essa foi a menos mal).

C”est ça. Acho que não vale tanto a pena escrever sobreo paintball hoje… foi legal, mas nada a se ecrever num post a parte. Então esou em dia.

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L’Opéra

Faz mais de uma semana que eu não publico nada… mas pudera: o tempo não deixa! Esta semana, eu tive dois seminários para apresentar, além de fazer resumos dos outros seminários – tanto de manhã quanto de tarde! Mas enfim, minha sala da manhã foi invadida de espanholas – agora são cinco espanholas e cinco suíças! No mais, uma japonesa, dois brasileiros, um sueco, um chinês e uma burundiense-australiana. Esta última foi embora hoje.

Pois bem, hoje eu vou falar do passeio de sábado, para a Ópera de Vichy – um “complexo” oficialmente batizado de “Palais des Congrès – Opéra”, por motivos que eu já contei na visita a Vichy, mas não custa nada recontar.

O Cassino-ópera foi ampliado a mando do imperador Napoleão III – que novidade. A obra original era a parte esquerda do prédio atual, já existente em 1865; a parte direita é uma ampliação; é possível perceber, inclusive, as diferenças na arquitetura das duas partes. Há, inclusive, duas entradas, mas as partes são conectadas por dentro, também.

O guia falava bastante. Tanto que a visita demorou 1h30, aproximadamente. Várias coisas eu já esqueci, afinal, sábado faz uma semana…

Entramos no prédio pelo lado esquerdo. Era um privilégio, porque estavam terminando uma reforma na entrada direita. Bom! Havia um grande salão, que costumava ser usado para bailes, por exemplo.

Passando por ela, fomos à direita, e chagamos numa sala que tinha muitas cadeiras. Acho que era o salão Napleão, acho. Depois dela, outra sala com mais cadeiras – Salão Berlioz. Não lembro para que exatamente eram usadas, mas no Berlioz, havia um jogo de espelhos em diagonal, daqueles estilo um espelho na frente do outro = infinito. Só que era um espelho em cada canto da sala, ou seja, um na frente do outro, dois a dois.

Depois dela, era a entrada da sala do palco. Havia várias portas para os camarotes do térreo,  uma para o corredor; não sei como é que se chega no primeiro andar, mas não faz mal. Engraçado é que tinha dois camarotes imediatamente acima do palco, um de cada lado. Costumava ser o camarotedo Xá da Pérsia.

Porque naquela época, a França estava em pleno neocolonialismo, e de suas colônias e de seus parceiros, muitas pessoas ricas e importantes iam à França. Vichy, a partir das reformas feitas a mando de Napoleão III, conseguia atrair várias personalidades; uma delas era o Xá da Pérsia e sua esposa.

A sala da ópera é linda. Foi planejada para ser toda dourada e, com o desgaste, passar a um tom meio creme. Como houve recentes obras de restauração, a cor estava mais dourada. Os assentos eram em um veludo especial, mas estavam desgastados; foram trocados por um veludo sintético que imita perfeitamente, nos mínimos detalhes, o original, a tal ponto que só um especialista que examinasse bem os materiais saberia distinguí-los. Em compensação, o sintético é tão caro quanto o original, mas foi preferido pela maior durabilidade e facilidade de limpeza (ponto pro pessoal da limpeza!)

O teto tem um “lustre” bem art nouveau, que não pende do teto; é um grande círculo com vários diamantes ‘genéricos’ incrustados. Não tem como ver nas fotos, o flash não alcançava, mas o eram rostos de artistas nos quatro cantos do quadrado superior do teto. Toda a decoração era baseada em folhas e em padrões vegetais. E a sala não tem colunas! Construída toda em concreto armado, a sala elimina a possibilidade de ficar num canto quase sem visibilidade.

Depois dessa sala, fomos à parte antiga do lugar. A antiga sala da ópera, transformada em sala de jogo após a ampliação, era bem mais moderna que a anterior. Pudera: era nela que a assembleia se reunia, quando o governo se mudou para Vichy. Era bonita, com umas decorações legais de rochas magmáticas de Moçambique! OK, confesso que na primeira vez eu pensei que fosse algo fofo, tipo esponja ou bombril.

Por fim, fomos au subsolo, onde havia uma espécie de sala de convivência, com um bar ao fundo, e era mais quentinho, já que era no subsolo…

E é isso. Esqueci MUITA coisa, mas num geral, acho que consegui descrever.

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Le 14 juillet

Dizem que hoje o tempo estava fechado, de manhã. Não sei, fiz a “grasse matinée”, hoje: acordei 12h30, depois de ter ido assistir o “Arrí Potér”, que estuda em “Poudlard”, que agora está sob direção do professor “Rogue”. Mas acho que isso era o sono de anteontem, quando eu tive uma redação para fazer e terminei 2h de ontem, então…

Enfim, acordei, Mme. Piombini serviu meu café da manhã, economizei o almoço. O rafting, que fora cancelado ontem por causa da chuva, seria às 13h30. M. Piombini estava sem carro (Maxime, seu neto, havia saído com ele), o ônibus passava na parada às 13h30. Atraso certeza! Mas, se era o jeito…

Descendo do ônibus, corri. Encontrei alguns brasileiros que iam ao Quatre Chemins (o centro comercial (=shopping) daqui, na esperança de ver Harry Potter); continuei a correr, cheguei à praça de onde o ônibus ia sair… ainda demorou um bocadinho.

O rafting foi legal – pena que não deu pra tirar foto. Mas gostei muito – eu tinha ido até bem preparado, outra camisa, calção…mas eu não sabia que era obirgatório ficar no raft de tênis. Os meus ficaram encharcados! Ainda bem que eu tinha levado havaianas… enfim, o percurso era pequeno, mas tinha rochas e corredeiras, como é de se esperar; a pior parte era quando caíamos na contracorrente, e a gente ia para trás. Cada bote tem cinco pessoas, duas na frente, duas no meio e uma atrás; a de trás dá o comando (“tout droit” = em frente; “gauche” = esquerda, e por aí vai). Tinha um mais míope que eu; quando ele foi atrás, batems numa pedra simplesmente porque ele não viu.

O percurso era curto, nós tínhamos direito a duas horas. Fomos umas de vezes! Primeiro, quatro brasileiros e um argentino, depois, três brasileiros, uma americana e o animateur francês. Foi muito bom! Só acho que o percurso deveria ser maior, talvez num rio de verdade… (lá era artificial).

Minha mochila estava enorme! Depois que chegamos, fui à Missa na igreja de Saint Blaise e meus pés estavam gelados, por causa das havaianas! E depois da Missa, como eu corri para pegar o ônibus! E cheguei bem na hora: quando eu cheguei no Quatre Chemins, a última pessoa estava subindo no ônibus, deu tempo de correr e o motorista abriu a porta. A pior parte foi correr isso tudo de havaianas… mas eu tinha que correr MUITO, que era o último ônibus (feriado é fogo…).

Jantar, dar uma olhadinha no querido Facebook, e me arrumar: os fogos começariam 22h30. Le 14 juillet, para quem não lembra, é a data da tomada da Bastilha, marco na Revolução Francesa, e a festa nacional da França. Em Paris, houve um grande desfile, acho que das 8 e pouco até perto de meio-dia. Ohlalalala! Aqui em Vichy não houve desfile, mas houve os fogos.

Andei até o Yatch club (acho que é assim que se escreve) seguindo o rio Allier; havia muita gente, lá! Mas foi belíssimo… podem ver por vocês mesmos, aí embaixo: eu filmei tudo, quase 20 minutos, mas quem quiser ver só algumas partes, eu recomento por volta de 3’00”, 5’55” (fogos que não explodem, se ‘desmancham’!), 6’40” (ignorem minha voz), 12’20”, 13’40” (pena que não dá para ver direito, mas quando esses fogos explodem, parecem até insetos voando em todas as direções); 14’06”, e o minuto final, a partir de 17’15” (recomendo muito!). Voilá o vídeo:

Eu imaginavaos franceses vestidos de azul branco e vermelho, carregando bandeiras da França, e coisas do gênero. Qual!

Só mais uma coisa: alguns brasileiros na biera do rio, depois dos fogos:

Prestar atenção nas roupas de verão da galera (ignorem o da esquerda). Pas bon =\

Domaine de Randan

OK, quinta-feira eu esperava mais da degustação. E a última coisa que eu comi ainda me deixou um gosto ruim na boca, era uma carne seca, impossível de se cortar, imagine de se mastigar! Mais c’était pas grave. No mais, havia alguns pães, queijos, pão surpresa (até hoje não sei o que era o recheio…), saladas, uma espécie de empada de cenoura, um tipo de tortinha de batata, e suco de poli-fruit. Tinha três tipos de vinho, mas eu não quis beber…

Sexta foi a soirée dansante. Eu fui… na entrada, o pacote (forfait – essa palavra me persegue) do Cavilam, a gente tem direito a uma bebida de graça. Todo mundo pedindo álcool por cima de álcool… moi eu perguntei à moça se podia ser qualquer bebida. “Oui”. “Chocolat viennois!” Ela me olhou com uma cara tão estranha, quando ouviu isso, mas… OK. E tava bom… para quem nunca tomou: é uma espécie de chocolate quente com uma cobertura de chantilly – uma delícia quando faz frio! E fazia frio… nunca imaginei que o verão europeu era assim (uma espanhola me disse que onde ela mora, é direto 40°C. Era assim que eu imaginava encontrar a França…). A música lá na pista não estava muito boa… muita música eletrônica sem graça. Fora, a música era mais agradável. Fui pra lá. Apesar do frio. Encontrei uma japonesa (aquela que adora música brasileira), a Sayumi. Conversei com ela, depois chegou uma das suíças, elas me apresentaram um curdo (curdo-iraquiano), o Ali. Foi muito legal, o Ali, a Sayumi e eu conversamos um bocado – foi engraçado ela cantando em português, ela pronuncia até bem as palavras! Aprendi que em curdo, meu nome é Lucas é “nawem Lucasa” (se fala “naâm Lucassa”). Fui emb”ora 1h30 (hora em que terminou).

Acordei 12h30 no sábado! Parte boa: economizei o almoço, que eu acordei e Mme. Piombini foi esquentar o leite. “Ainda vou tomar o café  da manhã?” Sim.  À tarde, rendez-vous no Cavilam; jogamos baralho por bastante tempo – sueca, se bem me lembro, depois quiseram jogar buraco – compramos outro baralho e fomos a uma pizzaria. Infelizmente, o tempo não me permitia mais, porque faltavam quinze minuto para a Missa – até hoje, não aprendi a jogar buraco.

Mais tarde, por volta das 20h, depois do jantar, M. Piombini me convidou para ir conhecer a casa do filho dele, o Jerôme. Eles (ele, a esposa e os filhos) estão viajando, então é o pai dele (M. Pombini) que fica cuidando da cachorra e das galinhas. É numa vilazinha no campo, c’est sympa! E eu comi framboesas – tirando do pé e comendo!!! ^.^

Hoje, Missa das 11h15, depois almoçar com o pessoal do Brasil no Flunch (dessa ves, pedi galette sarrasin completo! Queijo, ovo e presunto!); conheci mais gente do Brasil, principalmente da UFRGS (eles pronunciam ‘urgs’, com ‘r’ inglês). Depois, Randan.

O domínio de Randan era uma grande propriedade; o castelo datava do século XII-XIII originalmete, mas foi reformado já várias vezes desde lá; pela metade do século XIX, a princesa Adelaïde d’Orléans, irmã do rei Louis-Philippe, o comprou. A reforma mais ampla do castelo ocorreu a mando dela, pelo mesmo arquiteto do Louvre e Tuileries (pelo menos, das reformas, acho). O castelo foi duplicado, tornando-se maior e simétrico. Maior parte do terreno era abeta ao público, para que pudessem passar de uma cidade a outra e admirar o castelo e seus jardins, exceto os jardins de trás do castelo, que eram particulares.

A princesa era fidelíssima a seu irmão, o rei. Tão fiel que não se casou: não deixou filho. Quando de sua morte, deixou a propriedade como legado a seu sobrinho, Louis-Philippe, conde de Paris. Sob comando dele, foi criada a nova cozinha, pois a antiga ficava abaixo dos quartos, o que enchia o lugar com os cheiros da cozinha – o que nem sempre é agradável. E que cozinha criaram – um grande corredor, com piso mais ou menos um metro abaixo do solo, com inúmeras portas de um lado, cada uma era uma ala da cozinha. Vimos duas dessas restauradas, a parte dos pães e a das carnes (boulangerie/pâtisserie e rôtisserie). Os engenhos ingleses eram incríveis: os fogões eram todos uma peça só no centro, e não tinha chaminé: a fumaça seguia um caminho subterrâneo! Também a “churasqueira” era um engenho fabuloso: o fogo gerava fumaça, que subia por uma espécie de chaminé; dentro desta, acionava uma “turbina” (calor gerando trabalho… – quero distância de termo!), que fazia rodar um eixo que se conectava a grelha, e a fazia girar. Pesos e contrapesos eram usados para controlar a velocidade a que a grelha rodava. E as janelas: uma mainvela interna poupava o trabalho de ter que sair e fachar os toldos, quando a insloação era muita.

Não havia telhado na cozinha; era plano como uma laje: na verdade, era uma passagem direta do primeiro andar do castelo até o primeiro andar da capela, reservado aos nobres. A capela era bonita, mas nem tanto. A parte de baixo, reservada aos servos, tinha as paredes em papel imitando mármore. ¬¬ Os genuflexórios eram da altura das cadeiras! Havia três estátuas, estilo câmara mortuária, mas sem mortos dentro. Também duas máscaras funerárias – alguns brasileiros disseram que parecia nosso animateur…

Fora, havia as estufas – as laranjeiras eram as árvores mais importantes para Adelaïde, e para a nobreza da época também, se bem me lembro. Elas ficavam na estufa maior, fria. Havia as estufas quentes, logo abaixo, que tinham três fontes de aquecimento – rezam as lendas que eles conseguiam cultivar morangos deliciosos mesmo no inverno!

Mas voltando aos nossos carneiros (retournons à nos moutons – voltando ao assunto…),com a morte de Louis-Philippe, a posse do castelo foi para a sua esposa, Isabelle, condessa de Paris. Ela fez chegar a modernidade ao castelo, com eletricidade (1909) e água encanada (1912), sendo que isso só chegaria a Randan (a vila) em 1935. Ela era estranha – tem foto dela com homens que a gente só sabe que são homens por causa do vestido – ela tem o rosto quadrado, usa chapéu alto, roupa preta… um verdadeiro gentleman!

Quando ela morreu, a propriedade passou para Ferdinand, seu sobrinho, duque de Montpensier, que adorava caçar. Ele só viveu três anos no castelo, mas encheu com seus troféus de caça.

Na verdade, essa foi a melhor parte! Mas não deu pra tirar fotos, c’est dômage… era proibido… é um museu de caça. Vários animais – 450, para ser mais exato – empalhados, muito bom.Mas o melhor não era isso: é que os animais eram empalhads da forma mais realista possível! Havia réplicas de árvores, palha, tudo para compor o ambiente; depois a posição e a expressão dos animais, muito bem trabalhadas! Havia dois linces brigando, e dava para ver o olhar de fúria, além das garras de um arranhando a pele de outro e começando a sair sangue; um leopardo atacando um veado e o filhote correndo com medo; um gato selvagem devorando um passarinho… sério, muito realistas!!! Pior que teve gente que preferiu ficar lá fora, sem fazer nada até dar a hora de ir embora… (depois da visita aos castelo & arredores, a visita ao museu de caça era opcional).

Pois era isso. Pena que não deu pra tirar fotos do museu, depois eu vejo se tem na internet. No mais, as fotos estão aí.

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*Prometo que amanhã eu legendo